Seus joelhos estão tão esfolados, tão profundamente feridos que só se vê um buraco com uns três centímetros de profundidade onde antes eram as rotulas por causa das quedas com a cruz de cem quilômetros de comprimento ás costas, e, quando Ele se verga com a cruz nas pedras, obrigam-no a cair de joelhos, e Ele já os tinha feridos daquela maneira no momento no que O pregaram na cruz – eu estava lá. - Ali está o grande corte em suas costelas, onde os lanceiros cravaram a ponta de suas espadas. - Eu não estava lá, se estivesse teria gritado: “Parem com isso!”, e teria sido crucificado também. - A Santa Espanha enviou aos astecas do México, que arrancavam corações em sacrifícios, uma imagem de ternura e piedade, dizendo-lhes : “Faríeis isto ao Homem ? Eu sou o Filho do Homem, nasci do Homem, sou o Homem, isto vós faríeis Mim, que sou Homem e Deus – sou Deus, e vós transpassaríeis Meus pés amarrados com longos pregos de ponta afiada levemente entortados pela força de quem os martela – faríeis isso a Mim, que preguei o amor ?”
Ele pregou o amor, e vocês o amarraram a uma árvore e o pregaram com pregos, seus tolos, vocês devem ser perdoados.
Aquele Pano Sagrado da Vitória. Que vitória, a Vitória de Cristo ! Vitória sobre a loucura, a doença da espécie humana. “Matem-no!”, rugem ainda nas lutas, rinhas de galo, touradas, lutas de boxe, brigas de rua, lutas no campo, combates aéreos, guerra de palavras - “Matem-no!” - Mate a Raposa, o Porco, e a Sífilis.
Cristo em Sua agonia, rogai por mim.
( trecho do livro “Viajante Solitário”, de Jack Keroauc )
Certo rabino era adorado por sua comunidade; todos ficavam encantados com o que ele dizia. Menos Isaac, que não perdia uma chance de contradizer as interpretações do rabino, apontar falhas em seus ensinamentos. Os outros ficavam revoltados com Isaac, mas não podiam fazer nada.
Um dia, Isaac morreu. Durante o enterro, a comunidade notou que o rabino estava profundamente triste.
-Por que tanta tristeza ? - comentou alguém.- Ele vivia colocando defeito no que o senhor dizia!
- Não lamento por meu amigo que hoje está no céu – respondeu o rabino. - Lamento por mim mesmo. Enquanto todos me reverenciavam, ele me desafiavam, e eu era obrigado a melhorar. Agora que ele se foi, tenho medo de parar de crescer.
Vou recolher minhas sementinhas, plantar milhões de aspargos, ver a lágrima deslizar, penina, na imensidão de sua mudez repentina. Vou esquecer que já foste minha, me enrabar com meu ego depressinha, copular em teu útero, menina. Vou dedilhar meus espaços vazios, escrever coisas sem sentido, te tirar pra dançar, columbina. Vou escrever um poema perdido, dizer como em luto seu nome, te citar com a palavra profana, e te ninar, para sempre, .
Venho sonhando colorido, é verdade o que dizem sobre Onã, você sonha em escalas de cinza.Como fui parar, aqui, assim, sem juízo.
Está tudo bem agora.
Tenho sonhado colorido e isso tudo deve-se a ela, a bailarina, e com seu cabelo curto, rubro, vou dormir, mas antes, encharco minha cama com espuma branca, e é pensando nela que eu deixo tudo assim, branco, branquinho.
Andam dizendo que estou escrevendo coisas incoerentes. Coisas que não condizem com a verdade, com a minha situação ilusória de bem-estar e satisfação com as coisas certas. Andam dizendo, com isso, que sou um hipócrita. Que minha vida regrada não condiz com a postura pornográfica e libertária desse sítio. Que meu passado marcou feito ácido minha pele parda, e desde então, nunca mais fui o mesmo. Minha religião nova me impede de mergulhar nas coisas improprias, nas coisas juvenis e nas coisas indecentes que o lado feio da minha vida oferece.
Dizem que essa moderação gerou um estranho anseio pela maldade, me obrigando a escrever nessas linhas invisíveis coisas que gostaria de ter feito, de ter dito, de ter vivido. Ora, pobres daqueles que acreditam apenas no que veem ( sem enxergar, nunca ).
Pois a maior sacada do diabo é ocultar a sua existência, entre as coisas humanas, entre as coisas santas. Os demonios são mais espertos do que se imagina.
Andam dizendo que eu ainda a amo, que essa moderação toda surge daí. Deveras fosse verdade ! Pois talvez eu sentiria mais do que essa tremedeira ao ouvir sua voz, no telefone, escondido, gaguejasse ao ouvi-la falar e respirasse como boi em matadouro. Talvez se a amasse, a deixasse partir. Aí então, nunca mais. Aí então, feliz.
"Esta era a jahiliyah – terra da ignorância. Esta era a América. O Grande Satã, o Arsenal do Imperialismo, o Financiador do Sionismo, o Bastião do Neocolonialismo.Lar de Hollywood e das putas loiras em nylon preto.A terra dos F-15 equipados com mísseis que disparam sobre o céu de Deus, numa vaidade pagã.A terra de frotas nucleares globais, canhões disparando obuses grandes como carros.
Esqueceram que atiravam em nós, que nos bombardearam, nos difamaram e armaram nossos inimigos. Não têm memória, os americanos, nem história. O vento passa por eles, e o passado se vai. São como folhas mortas."
Bruce Stering ( sua imaginação é pura bizarrice )
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