Palavras são navalhas. Adeus é uma mera formalidade, o que está esgotado, já se esgotou há muito tempo. Não é preciso gastar muitos neurônios nem energia pra sacar que tudo isso é muito triste, tristeza, eu te amo, mas isso tudo já se esgotou há muito tempo.
O menino que eu conheci no parque hoje estava meditando, cara, e ele estava só de cuecas. Ele disse que treinava kung-fu em outro parque, um que ficava descendo a avenida. Sentei em posição de lótus e comecei a meditar também. Estava um frio danado, e quase devaguei imaginando como ele conseguia estar ali, só de cuecas. Meia hora depois, ouvi ele se levando e botando as roupas, e resolvi cair fora. Antes de vazar, perguntei a ele quando ele voltaria para ali, para que pudéssemos trocar ideias.
Aí a coisa ficou bizarra, pois o moleque, pouco mais de 11 anos, me olhou e disse que percebia uma tristeza estranha em minha voz. Disse então que havia acontecido uma coisa chata no dia anterior, e, após ele insistir, contei que havia discutido com uma pessoa que eu gostava muito. Disse que ela era uma aranha, daquelas bem peludas, e que me dava medo de pensar nela. Ele me disse que mulher é uma merda mesmo, e achei estranho ouvir isso de uma criança. A TV anda fazendo maravilhas com a geração de hoje.
Sabe, as coisas ficaram metafisicas demais para o gosto dele, e ele decidiu que não ia mais aparecer por ali mesmo, estava indo morar com sua mãe não sei pra onde. Deixou apenas essa frase, “palavras são navalhas”, que pra mim é trecho de uma musica do Belchior. E eu nem gosto de Belchior.
Os partidos políticos brasileiros não têm nenhuma preocupação em trazer a UTOPIA para o quotidiano. Por isso em nome da saúde mental das novas gerações eu reivindico o seguinte:
1 - Transformar a Praça da Sé em horta coletiva & pública.
2 - Distribuir obras dos poetas brasileiros entre os garotos (as) da Febem, únicos capazes de transformar a violência & angústia de suas almas em música das esferas.
3 - Saunas para o povo.
4 - Construção urgente de mictórios públicos (existem pouquíssimos, o que prova que nossos políticos nunca andam a Pé ) & espelhos.
5 - Fazer da Onça (pintada, preta & suçuarana) o Totem da nacionalidade. Organizar grupos de Proteção à Onça em seu habitat natural. Devolver as onças que vivem trançadas em zoológicos às florestas. Abertura de inscrições para voluntários que queiram se comunicar telepaticamente com as onças para sabermos de suas reais dificuldades. Desta maneira as onças poderiam passar uma temporada de 2 semanas entre os homens & nesse período poderiam servir de guias & professores na orientação das crianças cegas.
6 - Criação de uma política eficiente & com grande informação ao público em relação aos Discos-Voadores. Formação de grupos de contato & troca de informação. Facilitar relações eróticas entre terrestres & tripulantes dos OVNIS.
7 - Nova orientação dos neurônios através da Gastronomia Combinada & da Respiração.
8 - Distribuição de manuais entre sexólogas (os) explicando por que o coito anal derruba o Kapital
9 - Banquetes oferecidos à população pela Federação das Indústrias.
10 - Provocar o surgimento da Bossa-Nova Metafísica & do Pornosamba. O Estado mantém as pessoas ocupadas o tempo integral para que elas NÃO pensem eroticamente, libertariamente. Novalis, o poeta do romantismo alemão que contemplou a Flor Azul, afirmou: "Quem é muito velho para delirar evite reuniões juvenis. Agora é tempo de saturnais literárias. Quanto mais variada a vida tanto melhor ". Roberto Piva
O vento do litoral sobrava em nossos rostos.Observava com delicadeza as grossas pernas dentro daquele vestidinho verde.
Não lembro seu nome, sou daqueles que esquecem detalhes depois de algumas doses.Era noite, já havia passado o reveillon, mas as praias continuariam em clima de rave por semanas, brasileiradas, com funk e psy por todo lugar.Não danço, mas para conquista-la eu abriria uma exceção.Afinal de contas, o álcool já havia aberto o chakra dos meus movimentos dançantes.
Eu estava visivelmente alterado, os passos de funk já não são muito sutis, normalmente, porém eu estava praticamente acasalando com a moça.Mas acho que ela estava gostando, pois apertava o seu bumbum contra meu colo, para sentir se o que havia ali dentro estava realmente acordado.Pegou na minha mão, e então, fomos nos afastando em direção ao mar, em direção ao escuro.
Foi fácil arrancar o vestido, enquanto ela abria minha calça para a felação tomar forma.Nunca havia transado na praia, na areia, com pessoas ao longe dançando, bebendo, gritando.O mar, o vento, e gotas de uma garoa fina não atrapalhavam de modo algum o momento, só o enaltecia.
Voltamos para junto do pessoal, e a festa onde estávamos já estava acabando, com os Djs recolhendo o equipamento.Resolvemos ir para outro lugar, e havia essa espécie de salão na praia, uma oca gigantesca e cobrando 20 pilas para entrar....resolvi mijar, enquanto o pessoal na frente da porta decidia se entraria ou não.Lá atras, enquanto mijava, reparei que havia um pequeno movimento de pessoas entrando e saindo, do salão para a praia, e havia só um único segurança que não parecia estar prestando muita atenção em se estava entrando alguem sem ter pagado.Chamei o pessoal para entrar na cara dura, e fui na frente.Passei imperceptível, e os outros me seguiram.
Só estava tocando musica eletrônica, e um pouco de trash 80's.Quando estava de saco cheio, ia até a porta e observava o mar, o vento.E foi justamente numa dessas idas, que eu a vi.Parada na janela com seu vestidinho verde, ela olhava para o longe enquanto uma lágrima escorria em seu rosto.Abracei-a forte por trás e disse que tudo ia ficar bem.Seu namorado nos observava de longe, e ainda dei uma ultima fitada em seus olhos vermelhos, antes de ver-lo ir embora.
Venho sonhando colorido, é verdade o que dizem sobre Onã, você sonha em escalas de cinza.Como fui parar, aqui, assim, sem juízo.
Está tudo bem agora.
Tenho sonhado colorido e isso tudo deve-se a ela, a bailarina, e com seu cabelo curto, rubro, vou dormir, mas antes, encharco minha cama com espuma branca, e é pensando nela que eu deixo tudo assim, branco, branquinho.
Caetano Veloso
Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
Toda mulher é uma assassina em série de corações – sempre te oferecendo, grandes ou pequenos, duros ou fofinhos, esses dois peitos com todos os frutos da terra prestes a serem teus.
Ai, que são teus, só teus – e te matam, ai e sim, docemente de gozo.
Toda mulher é uma assassina em série de corações – sempre te oferecendo, grandes ou pequenos, duros ou fofinhos, esses dois peitos com todos os frutos da terra prestes a serem teus.
Ai, que são tantos e não são teus – e mil vezes por dia te matam docemente só de vê-los.
Trevisan
pintos cor-de-rosa – Alice viajando no pó...
"Os Estados Unidos oferecem liberdade de expressão porque todas as palavras são consideradas igualmente insípidas. Apenas as imagens contam – os censores amam cenas de morte e mutilação, mas horrorizam-se diante de uma criança se masturbando – para eles, aparentemente, isso é uma invasão de seu fundamento existencial, sua identificação com o Império e seus gestos mais sutis.
Sem dúvida, nem mesmo o pornô mais poético faria o cadáver sem rosto reviver, dançar e cantar (como o pássaro do Caos chinês) – mas... imagine o roteiro de um filme de três minutos ambientados numa ilha mítica povoada por crianças fugitivas que moram nas ruínas de antigos castelos ou em cabanas-totens e ninhos construídos com detritos – uma mistura de animação, efeitos especiais, computação gráfica e vídeo – editado de forma compacta, como um comercial de fast-food...
... mas insólito e nu, penas e ossos, tendas abotoadas com cristais, cachorros negros, sangue de pombos – vislumbres de membros cor de âmbar enrolados em lençóis – rostos, cobertos por máscaras cheias de estrelas, beijando dobras macias de pele – piratas andróginos, faces abandonadas de colombinas dormindo em altas flores brancas – piadas sujas de se mijar de tanto rir, lagartos de estimação lambendo leite derramado – pessoas nuas dançando break – banheiras vitorianas com patos de borracha e pintos cor-de-rosa – Alice viajando no pó...
... punk reggae atonal para gamelão, sintetizadores, saxofones e baterias – boogies elétricos cantados por um etéreo coro de crianças – antológicas canções anarquistas, um misto de Hafez & Pancho Villa, Li Po & Bakunin, Kabir & Tzara – chame-o de "CHAOS – The Rock Video!"
Trecho de "Pornografia", de Hakim Bey
"___________e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando"
Viviane Mosé
vídeo mais foda dos últimos tempos, simplesmente genial
(proibido para menores de 18 anos, epiléticos e pessoas sensíveis)
Directed by Eric Wareheim (Tim & Eric) in association with Warp Records and Warp Films. Music by Flying Lotus. Co Directed/ Animation by Devin Flynn. Co Directed/ Edited by Eric
Já haviam trocado as alianças.Oito meses, inicio de casamento.
Um fogo danado.
Praticavam o ritual da trepadinha no fim da tarde, quando ele chegava do serviço e ela se preparava para ir pra faculdade. Mais ou menos como no filme “Ladyhawke”
- Vamos tomar banho junto, amor?
Um fogo danado.
Com os dedos, ele procurava nos orifícios do corpo dela, um refugio, um esconderijo. Uma vontade louca de entrar sem ser convidado.
- Deixa eu te pegar por trás, amor.
Já estavam juntos a uns bons três anos, se conheceram numa festa de formatura, e desde então, ela nunca havia lhe dado o cu. E que bunda era aquela. Para ele, um dos principais motivos do casório.
- Deixa eu te pegar por trás, amor...?
- Poxa amor, já disse que não... Que dói...
- Como assim dói, você nunca nem experimentou... Não dói tanto assim, é gostoso...
- Como você pode saber? Se for gostoso, dá o seu...
- Poxa amor, você sempre me nega... O que eu faço para te convencer... - ia dizendo, procurando algo próximo e familiar - Olha, eu enfio esse sabonete no cu.
- Haha, duvido... – dizia ela, descrente.
- Se eu enfiar, você libera?
- Sim, essa eu quero ver...
Introduziu o sabote na própria bunda. Serviu como uma luva.
- Viu nem doeu.
- Credo que nojo... FUI...
Ela voou do banheiro. Trocou-se rápido e correu pra faculdade.
Ele terminou aquela noite fazendo lavagem intestinal no hospital mais próximo.
. Manifesto Utópico-Ecológi...
. AranhA
. Cajuína
. _acho que o tempo anda me...